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"No fim, a arte só é arte quando a vida lhe toca, a vulnerabilidade é a chave capaz de encontrar a magia do existir. Mesmo em um mundo contraditório, os sentimentos se manifestam em graus diferentes de beleza, nem tudo o que nos faz chorar é ruim, ao fim do dia, são só mais uma cor que navega no papel."
"Proposta de arte gráfica ilustrativa do livro Torto Arado."
Denilson da Silva*
Dionísio vive só desde a separação, em setembro de 2018. Professor universitário nutre uma facilidade para lembrar acontecimentos com os quais a sua história de vida se confunde. Fatos dos últimos quarenta anos refrescam a sua memória: da rotina pessoal, da experiência profissional e política, da história do país ou das viagens além-mar.
Após uma semana intensa de trabalho chega à bendita sexta-feira. O enclausuramento exigido pela pandemia, as aulas virtuais intercaladas com reuniões de segunda à quinta-feira, faz com que possa, às sextas, se dedicar ao lar. Lavar roupas e organizar o apartamento são tarefas que faz com tranquilidade e prazer. Ir ao supermercado, uma necessidade. Em tempo de vírus, não dispensa a máscara e vai logo cedo para evitar aglomeração. Comprar produtos da higiene pessoal, do asseio da casa e à alimentação dos próximos dias. Um rito à espera do casal de filhos adolescentes que passam o final de semana com o pai.
Naquela sexta-feira, o filho Tiago chegou após o almoço. O calor da acolhida não acontece antes da higienização com álcool. Mesmo aos 12 anos, sua estatura permite envolver o pai com o abraço prolongado, que junta num só corpo duas gerações e que toca o coração paterno com afeto infantil. As aulas virtuais na escola do menino o levam ao quarto para acompanhá-las. Uma conversa efetiva ocorre ao final da tarde, quando irão tomar o desejado café e iniciar a prosa que irá cessar somente ao final do domingo.
Ao menino, café puro, com duas colheres rasas de açúcar mascavo. Ao pai, café com leite e sem açúcar: um hábito incorporado há três décadas. Pão integral tostado na torradeira para ambos. Dionísio prefere com manteiga e uma fatia de queijo. Tiago com cobertura doce. Sua preferência: pasta de avelã. Algo que o pai incorporou à lista de necessidades nas idas ao supermercado para agradar ao filho e que é apreciado, na mesma intensidade, pela filha Ísis. Uma perna de salame e um naco de queijo colonial para acompanhar e ser picado às tiras.
Dionísio passa o café, aquece o leite e serve a mesa. Busca a pasta de avelã no armário superior da cozinha: local onde guarda grãos e o achocolatado. Não à encontra. Surpreso revisa o outro armário onde ficam outros cereais, leite e massas, mas que não é costume colocá-la naquele espaço. Não está lá. Perplexo abre o refrigerador. Talvez possa ter se enganado: nada! Procura no freezer. Em vão.
Lembra da tarde anterior em que numa rotina idêntica, sozinho, ao tomar o café no entardecer, usa o creme doce. Duas generosas camadas da pasta em um pedaço de rosca de polvilho e numa fatia de pão caseiro feito pela mãe. A imagem é nítida. O pote da quinta-feira desapareceu. Inconformado com o sumiço sem rastro procura debaixo do armário e no vão entre o balcão da pia e o fogão: nova decepção.
Vai ao quarto e sutilmente interrompe o filho indagando-o se por acaso, ao longo da tarde, não saciou o desejo por doce e pegou o pote. A sinceridade do filho rechaça a vã hipótese do pai. Volta à cozinha. Perturbado repete outras duas vezes os movimentos à procura da pasta. Desta vez, abre a lixeira onde deposita o lixo seco.
Novo vazio.
"A produção literária apresentada é um conto produzido no período da pandemia. Fruto de um curso virtual de produção de contos inspirado em artistas latino americanos. Este, entretanto, não guarda relação com obras latinas muito embora explore o realismo presente no enclausuramento e no medo em tempos pandêmicos! "
*Professor da UFFS/campus Erechim
"Pinturas marinhas figurativas que retratam o litoral paranaense. Técnica: tinta acrílica sobre tela."
"Opeth é uma banda sueca de prog metal, que explora técnicas eruditas, jazz, folk e death metal. Com vocais guturais e líricos nas mesmas canções, compõem sobre diversos temas relacionados à vida, relacionamentos e introspecção, além de mitologia. É uma das minhas bandas favoritas, pela clareza, técnica e melodias impecáveis."
"Pink Floyd é uma banda inglesa de rock psicodélico. Em 1979 compôs o album The Wall, uma das principais obras do grupo. Composto pelo baixista Roger Waters, o disco fala sobre as dores de um órfão da II Guerra Mundial, quase uma autobiografia. A música, curta e instrumental, é uma pergunta de alguém preso dentro de si mesmo pedindo por ajuda, complementando a música Hey, You!, do mesmo disco."
"'Los ojos de la naturaleza' é só um pouco do que venho guardando de lugares, animais, pessoas que passam e passaram pela minha vida de alguma forma. Meus olhos buscam o conforto na natureza, esse olhar é o que me leva a pousar o dedo indicador no momento exato de harmonia. Estou a procura de novos olhares..."
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